Carlos Roberto Maciel Levy

Crítico e Historiador de arte

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Chalupa em Angra dos Reis, 1887
Museu Antônio Parreiras, Niterói

Homenagens

Francisco Joaquim Gomes Ribeiro circa 1855-circa 1900
CENTENÁRIO DE MORTE EM 2000

Nasceu em Portugal, provavelmente por volta do ano de 1855, chegando ao Brasil com cerca de dez anos de idade. Não realizou estudos regulares que tenham deixado vestígios documentais, e em outubro de 1882 matriculou-se na Academia Imperial das Belas Artes, no Rio de Janeiro. O pedido de inscrição havia sido feito como exceção, pois o período próprio seria o início do ano. Ainda assim a matrícula foi concedida, possivelmente porque o aluno já freqüentava a Academia, como ouvinte, desde a admissão de Georg Grimm. Nesse mesmo ano recebeu menção honrosa em paisagem, na exposição escolar, e no ano seguinte medalha de prata e nova menção em paisagem.

Abandonou a Academia em 1884 e passou a freqüentar as aulas de Grimm em Niterói. Com a dispersão do grupo de pintores da Boa Viagem o artista continuou a produzir, realizando exposição no ateliê fotográfico Carneiro & Tavares em novembro de 1887, no Rio de Janeiro. Expôs, dois anos depois, no Ateliê Moderno, excursionando em janeiro do ano seguinte pela região de Angra dos Reis; em setembro apresentou trabalhos, executados durante a excursão, na Glace Élégante. Em 1892 realizou sua maior exposição, no Ateliê Moderno, sendo então admitido como professor de Desenho de Figuras no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. A partir dessa época abandonou a pintura dedicando-se com exclusividade ao desenho de engenharia e mantendo-se distante da convivência com o ambiente artístico. Em 1896 deixou, inclusive, de lecionar no Liceu de Artes e Ofícios.

Não é conhecida a data exata de sua morte, mas o mais provável é que tenha ocorrido por volta do ano de 1900. Foi um aluno promissor tanto na Academia quanto no período posterior durante o qual trabalhou com Grimm, possuindo grande habilidade como desenhista. Porém, era ainda mais carente de recursos do que seus colegas, enfrentando além disso as dificuldades provocadas por seu temperamento introvertido e por crônica aversão às práticas de convivência social. Todos estes fatores colaboraram para tornar sua produção limitada e inconstante. Nas pouquíssimas telas de sua autoria que são hoje conhecidas fica demonstrado um evidente valor artístico, tanto em termos dos elementos de composição quanto, sobretudo, pelas relações cromáticas que se apresentam sempre muito bem equacionadas.

Carlos Roberto Maciel Levy
Extraído do livro O Grupo Grimm: paisagismo brasileiro no século XIX, Edições Pinakotheke, Rio de Janeiro, 1980, p.50-51.



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